A Nova NR-1 e a inclusão da Saúde Mental no gerenciamento de riscos ocupacionais

A atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), promovida pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, representa um marco relevante na abordagem da segurança e saúde no trabalho no Brasil. Publicada em 2020 e com vigência a partir de 2021, a NR-1 introduziu o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) como uma exigência estruturante para as organizações. Entre os avanços mais significativos, destaca-se a inclusão da saúde mental como um dos fatores de risco a serem identificados, avaliados e gerenciados.

Tradicionalmente, os Programas de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) centravam-se em riscos físicos, químicos e biológicos. Com a atualização, a nova abordagem amplia o escopo da análise para os fatores psicossociais, reconhecendo que o adoecimento mental também compromete o bem-estar e a produtividade do trabalhador.

Saúde Mental como Risco Ocupacional

A NR-1, ao exigir a elaboração do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), determina que as organizações realizem um inventário completo dos riscos ocupacionais, contemplando também os aspectos ligados à saúde mental. Estresse crônico, assédio moral, jornadas exaustivas, metas abusivas, sobrecarga emocional e falta de apoio organizacional são exemplos de situações que devem ser mapeadas e mitigadas.

A abordagem preventivo-estratégica passa a ser indispensável: além de garantir conformidade legal, as empresas demonstram compromisso com a qualidade de vida dos colaboradores e fortalecem sua cultura organizacional. Nesse contexto, a atuação de consultorias especializadas em desenvolvimento humano e saúde mental torna-se fundamental para diagnósticos eficazes e implantação de planos de ação estruturados.

Impacto para as Empresas

Com a inclusão formal da saúde mental no campo dos riscos ocupacionais, a organização que negligencia tais aspectos pode sofrer não apenas sanções legais, mas também perdas significativas de produtividade, aumento de absenteísmo, presenteísmo e rotatividade. Em contrapartida, empresas que investem em ambiente psicologicamente seguro e suporte emocional ampliam seu diferencial competitivo.

Considerações Finais

O novo paradigma trazido pela NR-1 exige que as lideranças empresariais compreendam que os riscos psicossociais são tão críticos quanto os riscos físicos. A saúde mental no ambiente de trabalho não pode mais ser tratada como um tema secundário ou subjetivo. Trata-se de uma questão técnica, legal e estratégica. Adotar medidas concretas e baseadas em evidências não é apenas uma escolha sensata, é uma necessidade para empresas que visam crescimento sustentável e responsabilidade social.

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